- Qual a principal motivação da criação da Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo?
A principal motivação da criação dessa secretaria é que, na minha opinião, as áreas de cultura, turismo e esporte nunca receberam a devida valorização que merecem no município. Sempre cobrei isso, porque acredito que essas três áreas são extremamente importantes. Hoje, a cultura e o esporte estão sendo gerenciados pelo Gabinete, e o turismo está vinculado à Secretaria de Meio Ambiente. Com isso, os trabalhos dessas pastas acabam sobrecarregados e sem a atenção que realmente precisam. Com uma secretaria específica, poderíamos dar mais foco, estrutura e visibilidade para cada uma dessas áreas.
- Como o senhor vê a organização atual dessas três áreas dentro da Prefeitura?
Hoje, como mencionei, a cultura e o esporte estão dentro do Gabinete, enquanto o turismo está na Secretaria de Meio Ambiente. Essas secretarias já têm outras atribuições, e isso dificulta um trabalho mais aprofundado nas áreas de cultura, turismo e esporte. Não é possível oferecer a atenção necessária enquanto essas pastas estiverem pulverizadas e sem uma gestão dedicada.
- Como tem sido a receptividade dos vereadores em relação ao projeto?
Alguns vereadores já se mostraram favoráveis à criação da nova secretaria, e apenas um declarou voto contrário até o momento, durante as últimas sessões. Outros ainda estão em dúvida. Sinceramente, não sei qual é exatamente essa dúvida, já que houve espaço para diálogo e até audiência pública. Na minha visão, não existe nenhuma secretaria no Estado com três pastas tão importantes reunidas que não tenha estrutura política. É evidente a necessidade dessa secretaria, e espero que os vereadores reflitam com atenção.
- Haverá aumento de despesas para o município?
Não. O único gasto adicional seria o salário do secretário ou secretária. O orçamento das três áreas – que hoje está dividido entre o Gabinete e a Secretaria de Meio Ambiente – passaria para essa nova secretaria. Acredito que esse investimento se paga facilmente. Um secretário comprometido pode buscar recursos, projetos, convênios e emendas federais e estaduais. Só com esse trabalho de captação, ele já se paga e ainda traz retorno significativo ao município.
- A prefeitura está disposta a fazer ajustes no projeto, caso necessário?
Sim, o governo está totalmente aberto a ajustes e melhorias no projeto. Só pedimos que os vereadores pensem com carinho e responsabilidade sobre essa proposta. Não se trata de uma simples criação de cargo. É algo que estava, inclusive, nos planos de governo de todos os candidatos. O projeto está bem enxuto, prevê apenas um cargo de secretário, que vai assumir três áreas importantes. Ele ainda vai desafogar tanto o Gabinete quanto a Secretaria de Meio Ambiente, permitindo que cada pasta funcione melhor. E os vereadores têm todo o direito – e o dever – de nos cobrar, caso o trabalho não melhore. Mas precisamos ter essa oportunidade de mostrar que é possível melhorar a gestão dessas áreas.
- O que muda, na prática, com a criação da nova secretaria?
Na prática, essa secretaria vem para resolver uma lacuna. Hoje, por exemplo, estamos realizando campeonatos de futebol no município, mas não temos sequer um secretário ou coordenador de esportes. Quem está tocando tudo sou eu e o Fernando, que é diretor do Meio Ambiente e, mesmo assim, está ajudando na organização dos campeonatos. Eu estou nos jogos, participando, buscando bola… Mas não é o ideal. Precisamos de alguém capacitado para liderar isso.
Outro exemplo: fui recentemente a Agudo, acompanhar uma equipe no regional sub-21/sub-23. Lá, a equipe deles tinha um secretário de esporte, um coordenador e dois professores de educação física acompanhando. E nós fomos apenas com o vice-prefeito. Isso mostra o quanto estamos defasados.
E não é só o esporte. O turismo, há poucos dias, foi criticado pelos próprios vereadores pela falta de apoio. E quem deveria dar esse suporte é um secretário específico. A cultura também está abandonada: não temos coral, música nas escolas, teatro, nem atividades de contraturno. Quem está acompanhando as equipes de vôlei que representam o município? Quem organiza e acompanha a cultura nas escolas? Hoje, infelizmente, ninguém. E isso precisa mudar.
- Qual sua mensagem aos vereadores e à comunidade sobre o projeto?
O que quero deixar bem claro é que não estamos criando um cargo vago, sem função. Estamos propondo a criação de uma Secretaria de Esporte, Cultura e Turismo – três áreas que merecem respeito e atenção. Esse projeto não é para beneficiar uma pessoa, é para beneficiar o povo de Novo Cabrais. A gente quer oferecer algo melhor para a população, e temos certeza de que, com uma gestão organizada, essa secretaria pode transformar essas áreas e fazer muito pela nossa comunidade.
- Não seria essa nova secretaria apenas uma manobra política para criar mais um cargo de confiança?
De forma alguma. Quem acompanha o meu trabalho sabe que estou envolvido com o esporte, a cultura e o turismo desde o início do mandato – e até antes disso. Não é de agora que cobro estrutura para essas áreas, inclusive nas reuniões internas do governo. O projeto da secretaria sendo debatido há muito tempo e foi, inclusive, promessa de campanha de vários candidatos.
Se a intenção fosse política, teríamos proposto algo maior, com mais cargos, com mais estrutura. Mas não: é uma secretaria enxuta, com apenas um cargo comissionado. Todo o restante da estrutura já existe e só será remanejado. E mais: quem assumir esse cargo vai precisar trabalhar muito, buscar recursos, acompanhar projetos e liderar ações. Não é um cargo simbólico ou “de vitrine”, é uma função que exige presença, preparo e resultado.
